segunda-feira, 30 de agosto de 2010

            O Painel Intergovernamental para Alterações Climáticas deverá sofrer alterações no seu modo de funcionamento e de liderança, defende um grupo de especialistas, designado de Conselho Inter-Académico. Os membros de academias científicas entendem, contudo, que o grupo da ONU em geral funciona bem. Uma série de erros tem afectado a credibilidade do Painel, que em 2007 recebeu o Prémio Nobel da Paz.

        O grupo de trabalho da ONU para as alterações climáticas funciona bem, regra geral, mas deveriam ser introduzidas mudanças: precisa de um director executivo, maior abertura e mudanças mais regulares de liderança. Os membros de 15 academias científicas de diferentes países sublinham a necessidade de maiores cuidados do Painel aquando da revisão das suas investigações.

        Esta é uma alusão a erros de conclusões no Painel da ONU, como aquele do relatório de 2007, em que dizia que o gelo dos Himalaias iria derreter antes de todos os outros, podendo mesmo desaparecer até 2035. Do mesmo modo, o Painel errou por escesso a calcular a percentagem de território holandês abaixo do nível do mar, estimando em 55 por cento (contra os 26 por cento calculados pelo Governo da Haia). 

        Neste sentido, o presidente do Conselho Inter-Académico lembra que "trabalhar sob o olhar atento do público, como é o caso do Painel, requer uma direcção forte, a participação ininterrupta e entusiasta dos melhores cientistas e uma capacidade de adaptação e um compromisso com a transparência".
Harold Shapiro apontou ainda que "a resposta pública do Painel aos seus erros foi muito lenta e inadequada", tendo esse facto sido reconhecido pelo organismo.
        O presidente do Painel Intergovernamental anunciou que o seu futuro será decidido pelos Estados membros do painel, que por sua vez é composto por delegados governamentais dos países membros da ONU. O indiano Rajendra Pachauri está em funções desde 2002, tendo sido reconduzido em Setembro de 2008.


Sugestões ao Painel para Alterações Climáticas:

 - Limitar a duração do mandato do presidente (actualmente são dois mandatos de seis anos), bem como dos presidentes dos três grupos de trabalho, para "conservar uma variedade de perspectivas e uma abordagem nova a cada avaliação";
 
 - Criar um comité executivo de especialistas externos, de preferência com o máximo de 12 elementos sem ligações ao Painel ou mesmo à climatologia, para "melhorar a sua credibilidade e independência";
 
 - Nomear um director executivo, que dirija as tarefas do quotidiano, o secretariado e faça declarações em nome do Painel;
 
 - Alterar orientações quanto à utilização de dados não publicados em comunicações científicas mas para consulta dos pares (como definir o tipo de bibliografia aceite e sua origem);
 
 - Harmonizar as referências ao nível de "incerteza", uma vez que no último relatório cada um dos três grupos de trabalho "exprimiu-se de diferentes formas" neste aspecto;
 
 - Melhorar a comunicação do Painel, dificultada pela complexidade da climatologia e pela "necessidade crescente de se dirigir a um público que ultrapassa o círculo dos cientistas e dos Governos".
 
 
 
 

Credibilidade não afectada 

        As sugestões dos cientistas do Conselho Inter-Académico foram hoje apresentadas na ONU, mas não colocam em causa as avaliações do Painel Intergovernamental. "O método utilizado pelo Painel para produzir as suas avaliações periódicas foi em geral coroado de sucesso", escreveram os membros do Conselho Inter-Académico.

       Também a comissária europeia para o clima desvaloriza os erros do Painel, dizendo que as recomendações dos peritos não afectam "os avisos do Painel aos políticos e ao mundo sobre o aquecimento".

        Os cientistas consideram que o Painel só deveria emitir dados quantitativos sobre a probabilidade de ocorrência de um acontecimento quando tivesse "dados suficientes para o fazer".

        A divulgação dos erros do Painel deu origem a um ambiente de desconfiança, por altura da Cimeira do Clima, que decorreu no final do ano passado em Copenhaga. Vários académicos, que participaram nas investigações do Painel, pronunciaram-se publicamente a favor de mudanças naquele organismo.

        Criado há 21 anos, o Painel publica em cada seis ou sete anos um relatório sobre as alterações climáticas. O próximo documento deverá ser publicado em 2014.

 

sábado, 28 de agosto de 2010


  

 
 Todos os dias acompanhamos na televisão, nos jornais e revistas as catástrofes climáticas e as mudanças que estão ocorrendo, rapidamente, no clima mundial. Nunca se viu mudanças tão rápidas e com efeitos devastadores como tem ocorrido nos últimos anos.
 
A Europa tem sido castigada por ondas de calor de até 40 graus centígrados, ciclones atingem o Brasil (principalmente a costa sul e sudeste), o número de desertos aumenta a cada dia, fortes furacões causam mortes e destruição em várias regiões do planeta e as calotas polares estão derretendo (fator que pode ocasionar o avanço dos oceanos sobre cidades litorâneas). O que pode estar provocando tudo isso? Os cientistas são unânimes em afirmar que o aquecimento global está relacionado a todos estes acontecimentos. 
Pesquisadores do clima mundial afirmam que este aquecimento global está ocorrendo em função do aumento da emissão de gases poluentes, principalmente, derivados da queima de combustíveis fósseis (gasolina, diesel, etc), na atmosfera. Estes gases (ozônio, dióxido de carbono, metano, óxido nitroso e  monóxido de carbono) formam uma camada de poluentes, de difícil dispersão, causando o famoso efeito estufa. Este fenômeno ocorre, pois, estes gases absorvem grande parte da radiação infra-vermelha emitida pela Terra, dificultando a dispersão do calor.
O desmatamento e a queimada de florestas e matas também colabora para este processo. Os raios do Sol atingem o solo e irradiam calor na atmosfera. Como esta camada de poluentes dificulta a dispersão do calor, o resultado é o aumento da temperatura global. Embora este fenômeno ocorra de forma mais evidente nas grandes cidades, já se verifica suas conseqüências em nível global.    



Derretimento de gelo nas calotas polares: uma das consequências do aquecimento global. 
 
Conseqüências do aquecimento global

-         Aumento do nível dos oceanos: com o aumento da temperatura no mundo, está em curso o derretimento das calotas polares. Ao aumentar o nível da águas dos oceanos, podem ocorrer, futuramente, a submersão de muitas cidades litorâneas;
-         Crescimento e surgimento de desertos: o aumento da temperatura provoca a morte de várias espécies animais e vegetais, desequilibrando vários ecossistemas. Somado ao desmatamento que vem ocorrendo, principalmente em florestas de países tropicais (Brasil, países africanos), a tendência é aumentar cada vez mais as regiões desérticas do planeta Terra;
-         Aumento de furacões, tufões e ciclones: o aumento da temperatura faz com que ocorra maior evaporação das águas dos oceanos, potencializando estes tipos de catástrofes climáticas;
-         Ondas de calor: regiões de temperaturas amenas tem sofrido com as ondas de calor. No verão europeu, por exemplo, tem se verificado uma intensa onda de calor, provocando até mesmo mortes de idosos e crianças. 


Protocolo de Kyoto

Este protocolo é um acordo internacional que visa a redução da emissão dos poluentes que aumentam o efeito estufa no planeta. Entrou em vigor em 16 fevereiro de 2005. O principal objetivo é que ocorra a diminuição da temperatura global nos próximos anos. Infelizmente os Estados Unidos, país que mais emite poluentes no mundo, não aceitou o acordo, pois afirmou que ele prejudicaria o desenvolvimento industrial do país.



Conferência de Bali

Realizada entre os dias 3 e 14 de dezembro de 2007, na ilha de Bali (Indonésia), a Conferência da ONU sobre Mudança Climática terminou com um avanço positivo. Após 11 dias de debates e negociações. os Estados Unidos concordaram com a posição defendida pelos países mais pobres. Foi estabelecido um cronograma de negociações e acordos para troca de informações sobre as mudanças climáticas, entre os 190 países participantes. As bases definidas substituirão o Protocolo de Kyoto, que vence em 2012. 


Conferência de Copenhague - COP-15

A 15ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima foi realizada entre os dias 7 e 18 de dezembro de 2009, na cidade de Copenhague (Dinamarca). A Conferência Climática reuniu os líderes de centenas de países do mundo, com o objetivo de tomarem medidas para evitar as mudanças climáticas e o aquecimento global. A conferência terminou com um sentimento geral de fracasso, pois poucas medidas práticas foram tomadas. Isto ocorreu, pois houve conflitos de interesses entre os países ricos, principalmente Estados Unidos e União Européia, e os que estão em processo de desenvolvimento (principalmente Brasil, Índia, China e África do Sul).  



De última hora, um documento, sem valor jurídico, foi elaborado visando à redução de gases do efeito estufa em até 80% até o ano de 2050. Houve também a intenção de liberação de até 100 bilhões de dólares para serem investidos em meio ambiente, até o ano de 2020. Os países também deverão fazer medições de gases do efeito estufa a cada dois anos, emitindo relatórios para a comunidade internacional.
 
 

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Aquecimento global / Efeito estufa



Do total de raios solares que atingem o planeta quase 50% ficam retidos na atmosfera, o restante que alcança a superfície terrestre aquece e irradia calor, esse processo é chamado de efeito estufa.

Apesar do efeito estufa ser figurado como algo ruim, esse processo é um evento natural que favorece a proliferação da vida no planeta Terra. O efeito estufa tem como finalidade impedir que a Terra esfrie demais, caso a Terra tivesse a temperatura muito baixa certamente não teríamos tantas variedades de vida. Contudo, recentemente uma série de estudos realizados por pesquisadores e cientistas, principalmente no século XX, têm indicado que as ações antrópicas (ações do homem) têm agravado esse processo por meio de emissão de gases na atmosfera, especialmente o CO2.

O dióxido de carbono CO2 é produzido a partir da queima de combustíveis fósseis usados em veículos automotores movidos à gasolina e óleo diesel. Esse não é o único agente que contribui para emissão de gases, existem outros como as queimadas em florestas, pastagens e lavouras após a colheita. 



Com o intenso crescimento da emissão de gases e também de poeira que vão para a atmosfera certamente a temperatura do ar terá um aumento de aproximadamente 2ºC em médio prazo. Caso não haja um retrocesso na emissão de gases esse fenômeno ocasionará em uma infinidade de modificações no espaço natural e automaticamente na vida do homem. Dentre muitas as principais são:

• Mudanças climáticas drásticas, onde lugares de temperaturas extremamente frias sofrem elevações nas mesmas ou em áreas úmidas comecem a enfrentar períodos de estiagem. Além disso, o fenômeno pode levar áreas cultiváveis e férteis a entrar em um processo de desertificação.
• Aumento significativo na incidência de grandes tempestades, furacões ou tufões e tornados.
• Perda de espécies da fauna e flora em distintos domínios naturais do planeta.
• Contribuir para o derretimento das calotas de gelo localizadas nos pólos e conseqüentemente provocar uma elevação global nos níveis dos oceanos.


O tema "efeito estufa" é bem difundido nos mais variados meios de comunicação de massa do mundo, além de revistas científicas e livros, no entanto a explicação é razoavelmente simples, devido os gases se acumularem na atmosfera a irradiação de calor da superfície fica retida na atmosfera e o calor não é lançado para o espaço, dessa forma essa retenção provoca o efeito estufa artificial. Abaixo um esboço de como ocorre o efeito estufa natural e artificial ou provocado pelo homem. 


quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Número de queimadas no Brasil aumenta mais de 90% em relação a 2009



Em relação ao dia 16, o número de focos de incêndios acumulado havia aumentado 100% na comparação com o mesmo período de 2009. O Inpe registrava, na data, 30.825 focos de incêndios em todo o Brasil, o dobro de 2009, quando foram registrados 15.228 focos.
Ouvido na terça-feira pela Agência Brasil, o coordenador do Monitoramento de Queimadas do Inpe, Alberto Setzer, 2010 está sendo um ano muito mais seco do que 2009, com temperaturas mais altas, umidade relativa do ar mais baixa e sem chuvas, o que facilita o uso e a propagação do fogo.
Além da questão climática, Setzer disse que o aumento expressivo dos focos de queimadas de um ano para o outro também se deve à dinâmica do setor agropecuário e ao período eleitoral. 

Na avaliação do pesquisador, o momento econômico favorável à expansão dos rebanhos e das áreas agrícolas leva ao aumento do uso de fogo pelos produtores rurais, para abrir pastagem e limpar a terra para o cultivo. Com a estiagem e a vegetação seca, o risco de perder o controle da queimada é quase inevitável. Já o período eleitoral influenciaria na fiscalização.

As unidades da federação com maior aumento no número de focos são Tocantins (445%), Piauí (343%), Distrito Federal (264%) e Goiás (201%). Mais que dobraram o total de focos os Estados de Rondônia, Minas Gerais, Maranhão, Bahia e Rio de Janeiro. 

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Está definido: Plutão não é planeta!



Agora é oficial: os livros de ciência podem ser alterados. Plutão acaba de ser rebaixado e o número de planetas no Sistema Solar volta a ser oito. Aquele que há sete décadas ficou conhecido como o nono e mais distante planeta em órbita do Sol passa a ser simplesmente um “planeta anão”.

Esse é o fim da novela que mobilizou a comunidade astronômica mundial desde a semana passada, quando começou a 26ª assembléia geral da União Astronômica Internacional (UAI), em Praga, na República Tcheca. A primeira proposta, feita no dia 16 por um comitê de especialistas, não passou. A idéia de que Plutão continuasse planeta e outros engrossassem a lista, como Caronte, Ceres e Xena (ou 2003 UB313), não teve o voto da maioria dos participantes da reunião.

A questão principal não foi a massa de Plutão, menor que, por exemplo, da Lua terrestre, mas a sua órbita. Para ser considerado planeta, Plutão precisaria ser o objeto dominante em sua órbita, mas essa se encontra com a de Netuno, que é mais de 20 vezes maior.


A decisão dos mais de 2 mil membros da UAI reunidos em Praga estabelece três categorias principais de objetos no Sistema Solar: planetas (de Mercúrio a Netuno), planetas anões (objetos esféricos que não sejam dominantes em suas órbitas e nem satélites) e corpos pequenos (qualquer outro objeto que orbite o Sol).

“Plutão está morto. Há finalmente, e oficialmente, oito planetas no Sistema Solar”, disse o norte-americano Mike Brown, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, em entrevista coletiva. “E teremos centenas de planetas anões.” Um deles o Xena, descoberto por ele em 2005 e que ajudou a aumentar a dúvida e a polêmica sobre o que exatamente é um planeta.

Brown, que pela nova definição disse adeus às chances de ter a honra de descobrir um planeta, elogiou a decisão. “O público não ficará entusiasmado pelo fato de que Plutão foi chutado para fora [da relação dos oito planetas], mas é a coisa certa a fazer”, disse.

Descoberto em 1930 pelo norte-americano Clyde Tombaugh (1906-1997), no Observatório Lowell, no Arizona, Plutão foi logo em seguida considerado um planeta. Observações feitas inicialmente consideraram que seria muito maior do que seu tamanho real. Estudos conduzidos desde então e, especialmente, descobertas feitas na última década de objetos transnetunianos com características similares levaram muitos cientistas a concluir que Plutão jamais deveria ser chamado de planeta.


Em janeiro de 2007, a Nasa, a agência espacial norte-americana, lançou a sonda New Horizons, com destino a Plutão. A expectativa é que a nave chegue em 2015 ao destino, então apenas um planeta anão.

Geografia e o surto de COVID-19

A geografia está desempenhando um papel importante na luta contra o vírus SARS-CoV-2, o qual causa a enfermidade COVID-19 p...