segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Consciência Ambiental

 

Pesquisas realizadas recentemente afirmam que os brasileiros estão cada vez mais conscientes e preocupados com a questão ambiental. Assim, estão dispostos a colaborar e valorizar empresas que também se engajem nesta causa.

Segundo pesquisa realizada pela TNS Interscience, para os consumidores uma empresa que os respeita deve ter a responsabilidade social como um de seus valores.



A pesquisa HSBC Climate Index 2007 destaca que os brasileiros são mais preocupados, comprometidos e otimistas com relação às mudanças climáticas que a média global.







De acordo com a pesquisa, as mudanças climáticas estão entre as maiores preocupações dos brasileiros hoje. Nossos cidadãos acreditam estar fazendo esforços pessoais para mudar seu estilo de vida em função destas mudanças e, assim como a maior parte da população mundial, estão preparados para estas mudanças. Já menos que 15% dos brasileiros acreditam que as empresas responsáveis pelas mudanças climáticas estejam fazendo o que é necessário para mudar este cenário.





Resultados divulgados pelo IBOPE em 2007 deixam clara esta preocupação dos brasileiros com o aquecimento global e mostra que 68% acreditam que esta seja uma prioridade de todos e imediata. A pesquisa da Edelman Trust Barometer 2007 reforça que para 74% dos latino-americanos esta também deveria ser a maior preocupação das empresas.







O estudo Future Shaper Brasileiros, realizado pela TNS Interscience recentemente, estima que no futuro os brasileiros estarão cada vez mais preocupados e engajados com a questão ambiental, valorizando empresas e produtos que não agridam o meio ambiente e que também contribuam para a comunidade.



Confira as pesquisas completas do HSBC Climate Index 2007 e IBOPE -
 
 

domingo, 19 de setembro de 2010

Vulcão a fúria da natureza



Os vulcões são aberturas no solo, através das quais emergem à superfície rochas quentes, em fusão, e gases.
Grande parte da crosta terrestre e muitas das montanhas resultam dos vulcões.
Os vulcões são terríveis indicativos de grande calor e pressão existentes nas camadas mais profundas da Terra, isto é, das forças turbulentas que aí se agitam.
Manifestam-se nos pontos onde a crosta se encontra mais fraca, especialmente onde duas placas (secções da crosta terrestre) se encontram ou se separam. Aí, a pressão pode forçar a rocha fundida e outras substâncias do manto a emergir à superfície da Terra.
Quando há erupções vulcânicas, é ejetada a rocha em fusão, chamada magma, que se forma a grandes profundidades. À superfície, o magma pode explodir no ar em fragmentos, que vão desde poeira fina e quente, até grandes pedras chamadas bombas vulcânicas, ou poderá derramar-se sob a forma de torrentes de lava. 

Vulcanologia

O estudo dos vulcões faz-se desde há muitos e muitos anos. Os romanos pensavam que o fumo e o fogo que emergia de um vulcão situado a norte da Sicília, vinham da forja do Deus do Fogo, localizada nas profundezas da Terra e onde ele e as assistentes trabalhavam. Por essa razão, esse Deus passou a chamar-se Vulcão.
A erupção do Vesúvio em 79 d.C. foi consideravelmente reproduzida ao pormenor por Pliny the Tounger.
Foram muitos os cientistas que, mesmo na antiguidade se dedicaram a esse estudo tais como Aristóteles, Píndaro e Derruau. Embora nessa época não houvesse um rigor científico nas descobertas, elas já retratavam a realidade da atividade vulcânica.
Esse estudo continuou embora não fossem efetuados sistematicamente até ao início do século XIX. A partir daí surgiu a Vulcanologia, ciência que estuda os vulcões, tudo o que deles advém e a localização dos mesmos. Tornou-se um ramo importantíssimo da Geologia Física. Especialistas do campo usando os princípios e métodos da Geofísica e Geoquímica e os utensílios da Sismologia adquiriram mais conhecimentos dos processos que ocorrem no interior da Terra.
A Vulcanologia envolve também pesquisas nas relações entre erupções vulcânicas e outros processos geológicos de grande envergadura, como a origem de montanhas e sismos. Esta ciência está dividida em três blocos que investigam: a atividade vulcânica e classificação dos vulcões; a origem e natureza dos magmas; as erupções vulcânicas e a sua previsão.
Os vulcões são sempre uma ameaça latente, em especial aqueles que durante largo tempo se mantiveram inativos e cuja entrada em erupção apanhou desprevenidos, e sem experiência desses fenômenos, os habitantes da região. Não se encontram igualmente distribuídos na superfície terrestre.
Há regiões em que é maior o risco de ocorrerem estes acidentes naturais. A atividade vulcânica tem um grande impacto sobre a Natureza e sobre o Homem, pois sendo uma força da Natureza, o Homem não a pode parar. As consequências podem ser desastrosas. Então, é fundamental que se saiba o que fazer antes e durante a sua ocorrência, de forma a minorar os seus efeitos. Os indícios da ocorrência da atividade vulcânica são perceptíveis, podendo assim ser prevista.
No plano científico, o estudo dos vulcões tem fornecido informações fundamentais aos geofísicos sobre a constituição e condições da Terra inacessível e sobre a dinâmica da litosfera.

Atividade Vulcânica

O vulcão é um aparelho que põe em comunicação, de maneira temporária ou permanente, os focos magmáticos do interior da crosta com a superfície da Terra. Apresenta-se, no seu aspecto mais habitual, como um monte de forma cônica, o cone vulcânico constituído pela acumulação dos produtos emitidos.
O vulcanismo é uma manifestação do constante geodinamismo, constituindo o mecanismo central da evolução do nosso planeta, cujas erupções subaérias constituem apenas um dos seus aspectos. Para além de erupções espetaculares como a que aconteceu na ilha do Fogo em 1995 e a que aconteceu no vulcão Unzen, no Japão em 1991, muitas outras mais suaves ocorrem a cada momento, a maioria nas profundezas dos oceanos e por isso não perceptíveis.
A atividade vulcânica influencia de um modo nefasto ou benéfico as populações humanas. Quantas e quantas vezes as erupções provocam destruição e mortes, tomando muitas vezes aspectos catastróficos. A atividade dos vulcões não é contínua e homogênia, alternando a projeção de materiais piroclásticos (fase explosiva) com a emissão de produtos fundidos (fase efusiva). Tudo depende da temperatura e da composição química do magma, pois são eles que determinam a viscosidade e as condições de expulsão dos gases existentes no magma.
A atividade vulcânica pode ter também uma fase mista.
Nas regiões onde há atividade vulcânica podem encontrar-se, a muitos metros de profundidade, acumulações de vapor de água ou lençóis de água líquida, a temperaturas muito elevadas (superiores a 200º) devido ao contacto com rochas aquecidas pelo calor emanado de uma câmara magmática próxima. Estas águas podem representar uma fonte de energia importante. O vapor de água é captado sob pressão e conduzido para uma central elétrica onde aciona turbinas. Então o magma despedaça-se e dá origem a piroclastos e a correntes piroclásticas, emulsões gasosas carregadas de piroclastos em suspensão. 


Vulcanismo Ativo

Podemos dizer que um vulcão está em atividade quando são emitidos materiais no estado de fusão ígnea, a lava, pela libertação de gases e muitas vezes pela expulsão de materiais sólidos de dimensões variáveis. Ocorrem outras erupções em que a lava é pulverizada devido a grandes explosões, sendo então expulsa sob a forma de pequenos fragmentos incandescentes.
Quando se dá um aumento de pressão na câmara magmática, o magma é obrigado a subir através das fendas existentes na crosta. Na maior parte dos casos, nos vulcões ativos, forma-se uma chaminé central, cilíndrica, mas por vezes há outras emissões feitas através de aberturas nos flancos do cone vulcânico.
A lava resulta do magma e entra então em contacto direto com o ar ou com a água, consoante sejam erupções subaéreas ou subaquáticas.
As erupções podem ser, como já foi dito atrás, efusivas, explosivas e mistas, consoante o tipo de magma, a sua temperatura e composição química.
Qando uma subida de magma muito viscoso, originário de magmas ácidos, ricos em sílica, é acompanhada de uma explosão brutal dos gases, dá-se a erupção explosiva. É acompanhada por grandes explosões com a emissão de piroclastos e formação de nuvens de cinzas (poeiras e gases incandescentes). O magma despedaça-se. As lavas, como são muito viscosas, não formam escoadas e solidificam na cratera, formando as agulhas e os domos ou cúpulas. As primeiras são acumulações de lava com formas alongadas e pontiagudas que consolidaram no interior da chaminé e as segundas são acumulações de lava consolidada na cratera, com formas arredondadas. Os domos lávicos ou agulhas de lava chegam a atingir muitos metros de altura (300 m de altura na montanha Pelada, em 1902).
Os magmas básicos, menos ricos de sílica, como os magmas basálticos, são os mais fluidos. Os gases dissolvidos que eles contêm escapam-se facilmente e o magma derrama-se, acontecendo a erupção efusiva, em correntes com alguma velocidade e podendo percorrer centenas de quilómetros, pois a lava está a altas temperaturas, está bastante fluida. Se for emitida lentamente, forma escoadas. Pode também formar correntes de lava ou mantos de lava se, o terreno for, respectivamente inclinado ou plano.
A erupção mista dá-se quando, durante a erupção, ocorrem períodos explosivos e efusivos, isto é com explosões violentas e libertação de piroclastos e gases e com alguma calma e formação de escoadas.
As erupções vulcânicas são, em regra, precedidas por abalos de terra, os quais resultam provavelmente da fraturação do teto da câmara magmática em consequência dos movimentos ascensionais do magma. Relacionado com as erupções, notam-se frequentemente variações locais no campo magnético terrestre e feno menos meteorológicos especiais, tais como um aumento de pluviosidade (por condensação do vapor de água em torno dos grãos de poeira) e formação de nuvens carregadas de eletricidade.
Com o tempo as erupções cessam. Se cessarem definitivamente, os cientistas consideram os vulcões extintos. Mas alguns vulcões estão apenas adormecidos, podendo permanecer inativos durante centenas de anos, e entrar em erupção com súbita violência. 

Tipos de Atividades Vulcânicas

Segundo Lacroix os tipos de atividades vulcânicas eram quatro:
  • Havaiana
  • Estromboliana
  • Vulcaneana
  • Peleana
No entanto Alwyn Scarth adicionou dois tipos de atividades vulcânicas à classificação de Lacroix:
  • Pliniana
  • Surtseyana ou fissural
O tipo surteyseano ou fissural, ocorre no mar, é caracterizado por efusões de lava basáltica que escorre através de fissuras paralelas, originando por vezes placas de lava. 


Tipo de magma – Ácido

O tipo Havaiano, é caracteristicamente silencioso e semelhante ao surteyseano. No entanto, neste caso a lava fluida escorre por fissuras podendo formar agulhas ou domas.

Tipo de magma - Básico

O tipo estromboliano envolve pequenas explosões e emissão de gases que ejeta piroclastos do interior do vulcão.
As erupções são em pequena escala, mas acontecem de forma cíclica. Devido à emissão de lava encandeceste, o vulcão Stromboli, na costa oeste de Itália (vulcão que deu o nome a este tipo de erupções), é chamado “o farol do mediterrâneo”. 


Tipo de magma - Básico e ácido

O tipo vulcaneano, cujo nome provém da ilha de Vulcano, envolve geralmente explosões muito ruidosas acompanhadas pela emissão de cinzas. Estas cinzas podem ficar suspensas no ar durante anos.

Tipo de magma – Ácido

O tipo peleano, cujo nome derivou do Mt. Pelée em Martinique, está associado a explosões muito violentas e ruidosas e é neste tipo que encontramos variadas formas de vulcanismo atenuado: nuvens ardentes, emissão de piroclastos (desde cinza até bombas) e avalanches indescritíveis que, por vezes, ultrapassam os 100 Km/h. 


Tipo de magma - Muito ácido

po pliniano é caracterizado por explosões intensamente violentas, expulsão de gases a alta pressão e por vezes a libertação de um grande jacto de água quente e consequente destruição do cone vulcânico ou a formação de uma enorme nuvem em forma de cogumelo que por vezes chega atingir a estratosfera e suspendendo-se durante horas. Este tipo de erupção foi nomeado com base no Vulcão Vesúvio em Pompeia (Itália).

Tipos de erupções

As erupções vulcânicas variam de acordo com o tipo de magma, sua temperatura e composição química.
Com base nestas características, podemos afirmar que existem pelo menos dois tipos de erupções:

Explosivas

Nas quais as lavas são muito viscosas, com origem em magmas ácidos (ricos em sílica).Como são muito viscosas, estas lavas não formam escoadas e solidificam na cratera, formando as agulhas (acumulações de lava com formas alongadas e pontiagudas que consolidaram no interior da chaminé) e os domos ou cúpulas (acumulações de lava consolidaram na cratera, com formas arredondadas) são erupções muito violentas, devido à acumulação de gases, acompanhadas por grandes explosões, com a emissão de piroclastos e formação de nuvens de cinzas (poeiras e gases incandescentes). 


Efusivas

Nas quais as lavas são fluídas, sendo a sua emissão lenta, com a formação de escoadas. Estas podem percorrer centenas de quilômetros com uma velocidade reduzida. Os magmas que originam estas lavas são básicos (pobres em sílica).

Tipos de Lava 

 

Magma Ácido

Percentagem de sílica: > 70% Composição: Riolítica Viscosidade: Grande Manifestação externa: Formação de piroclastos

Densidade e ponto de fusão sem escoadas

Quanto maior é a percentagem de sílica, maior é a sua viscosidade, mais baixa é a temperatura menor é a tendência para formar lavas e maior para formar piroclastos.
Quanto menor for a percentagem de sílica, menor é a sua viscosidade, mais alta é a temperatura, maior é a tendência para formar lavas e menor para formar piroclastos.

Lavas básicas

São compostas á base de basalto daí a sua semelhança com o mesmo, são pouco viscosas, atingem temperaturas entre 1100ºC a 1200ºC.
Cerca de 80% das lavas expelidas por vulcões são básicas, percorrem grandes distâncias movendo-se lentamente.
A fração volátil, além de ser relativamente reduzida, liberta-se facilmente. É nas erupções efusivas que, de moda geral, se liberta este tipo de lava.

Lavas ácidas

Apresentam temperaturas compreendidas entre 800ºC e 1000ºC, possuem alta viscosidade, fluem mais lentamente e solidificam dentro da própria cratera ou muito perto da mesma.
Devido à sua viscosidade os gases têm dificuldade em libertar-se originando grandes tensões e conseqüentes explosões extremamente violentas.
A violência dessas explosões pode originar a destruição parcial ou total do aparelho vulcânico e pulverizar a lava, solidificada ou ainda pastosa, que se acumula na cratera.
Os fragmentos são projetados, solidificando os que ainda estão pastosos, no seu trajeto pelo ar e acabando por cair devido ao próprio peso. Estes fragmentos sólidos são designados por piroclastos e entre eles podem estar presentes fragmentos da rocha encaixante da chaminé. Quanto mais violenta for a explosão, menores são as dimensões dos piroclastos. Estes podem classificar-se de acordo com as dimensões dos fragmentos.

O magma à superfície

Lava encordoada

Quando a superfície externa da lava é relativamente lisa mas contorcida em pregas ou dobras lembrando cordas.

Lava escoriácea

A superfície externa da lava rompe-se durante o arrefecimento, tornando-se extremamente rugosa, irregular e formada por fragmentos porosos.

Lava em almofada (Pilow Lavas)

Formam-se nas erupções subaquáticas marinhas. A lava solidifica em contacto com a água adquirindo um aspecto característico em forma de massas arredondadas revestidas por uma película de vidro vulcânico devido ao rápido arrefecimento.
Durante o arrefecimento, a contração da lava basáltica pode ocasionar o aparecimento de fendas de retração designadas por diácleses. Em certas condições, essas diácleses dispõem-se de tal forma que determinam um conjunto de estruturas prismáticas regulares conhecidas por tubos de órgão.

Vulcanismo Atenuado

Chamamos por vulcanismo atenuado às manifestações que aparecem antes ou depois de uma erupção, sem que seja libertado magma, e que funcionem como um possível alerta.
Alguns dos exemplos de vulcanismo atenuado são:
As fumarolas têm temperaturas muito elevadas, que têm tendência a ir baixando ao longo do tempo. Algumas somente libertam vapor de água, mas outras, podem também libertar outros compostos químicos. São atribuídos nomes consoante o tipo de gases que são libertados. Às fumarolas em que abundam os compostos de enxofre atribui-se o nome de sulfataras, e aquelas em que predomina o dióxido de carbono denominamos por mofetas.
As águas termais são águas subterrâneas que são aquecidas devido ao calor dissipado nas regiões vulcânicas ou simplesmente devido ao aumento de temperatura com a profundidade. Quando estas águas quentes brotam à superfície constituem as nascentes termais. Se as águas têm origem magmática, designam-se por águas juvenis.
As águas termais possuem um grande poder dissolvente, por isso, algumas delas são ricas em sais minerais. É por esta razão que as águas termais têm um valor medicinal tão elevado, sendo assim procuradas principalmente por pessoas idosas.
Em Portugal existem bastantes fontes termais situadas em várias regiões do país.
Os géiseres são jactos intermitentes e periódicos de água e vapor de água, a elevadas temperaturas típicos de algumas regiões vulcânicas.
A água expelida tem origem nas camadas freáticas, que se localizam próximo da bolsada magmática. Depois de aquecidas, forma-se vapor de água, que ascende à superfície através das fissuras (fendas das rochas encaixantes). 


Crateras, caldeiras e fissuras vulcânicas

A parte superior da chaminé vulcânica termina, muitas vezes, numa depressão afunilada, no topo do cone vulcânico, chamada cratera, por onde os materiais são ejetados.
Por vezes acontece que, na parte superior de muitos vulcões, se formam de pressões de dimensões muito maiores que as das crateras, às quais chamamos caldeiras.
As caldeiras têm forma grosseiramente vários quilômetros de diâmetro. Formam-se devido a afundamentos da parte central do vulcão, após forte erupções em que grande quantidade de magma e piroclastos são rapidamente expelidos, esvaziando a câmara magmática. O colapso do teto e o seu conseqüente afundamento são provocados não só pelo peso das camadas superiores, mas também pela existência de fraturas circulares.
Muitas das vezes o afundamento é mais acentuado, devido a fenômenos de reajustamento isostático com descida da parte central e elevação dos flancos centrais.
Após as erupções vulcânicas, quando os vulcões deixam de estar em atividade, é freqüente que, as crateras ou as caldeiras sejam preenchidas por água das chuvas, do degelo ou do solo, formando lagos ou lagoas que muito embelezam a paisagem.
Existem também situações em que a lava é expulsa não através de uma chaminé cilíndrica, mas sim, através de fendas alongadas que por vezes atingem quilômetros de comprimento.
Estas erupções fissurais estão caracteristicamente associadas a magmas basálticos. A nível dos continentes a lava espalha-se formando mantos basálticos com enormes extensões, como os típicos mantos de lava do Decão, na Índia.
Os mais extensos sistemas de erupções fissurais verificam-se nos fundos oceânicos, a nível dos riftes. Por essas fissuras são expelidas grandes quantidades de magma que, solidificando, geram fundos oceânicos.

Os vulcões no Mundo

Vulcões no Mundo 
Distribuição Geográfica dos Centros Vulcânicos no Mundo

Durante o último milênio forma observadas erupções em cerca de 520 vulcões terrestres.
A distribuição dos vulcões á superfície do Globo não é uniforme. Como se pode observar no mapa, há zonas de grande atividade, que contrastam com outras onde, na atualidade, não há manifestações vulcânicas.
No globo terrestre a distribuição da atividade vulcânica relaciona-se mutuamente com as zonas de atividade sísmica.
Atualmente, as principais concentrações de vulcões ativos são:
Ao longo das margens do Pacífico
É a zona do mundo com mais vulcões. É de tal forma concentrada em atividade vulcânica que é conhecida por “anel de fogo”.
Coincide também com uma zona fortemente sísmica.
Destacam – se no lado americano os vulcões do Alasca e Aleutas, a cordilheira das Cascatas, onde fica o vulcão de Sta. Helena e mais para o Sul, no México o célebre Paricutin. A partir do México, a faixa vulcânica desdobra-se, formando a Cordilheira da América Central e o arco das Antilhas, onde se destaca o vulcão da montanha Pelada.
Do lado asiático encontram-se os vulcões da Camechatca e das Curilhas, seguindo-se o Japão onde há uma bifurcação que dá o arco das Marianas e o arco das Filipinas. Seguem-se os vulcões da Nova Guiné, que se estendem pelos vulcões de numerosas ilhas até à Nova Zelândia, prolongando-se para a Antarctica.
Os vulcões circumpacíficos são muito explosivos.
Sistemas de cristas montanhosas do Atlântico e Pacífico
Nesta zona dá-se o derramamento de lavas e conseqüentemente a formação de crosta oceânica. Aqui destacam-se os vulcões da Islândia, Açores, Canárias, Cabo Verde e Tristão da Cunha.
·Cintura Mediterrânea e África Oriental
A cintura mediterrânea abrange o Sul de Itália, as ilhas do mar Egeu, o Cáucaso meridional, e segue até aos Himalaias (onde na actualidade não vulcanismo ativo).
Há ainda a destacar a Indonésia onde existe vulcanismo muito intenso e, quase sempre, exclusivamente explosivo, sendo uma das regiões da Terra com atividade mais violenta. O Krakatoa, o Merapi e Tambora são entre outros, vulcões importantes na Indonésia.
Em Portugal atualmente a zona de maior atividade vulcânica é no arquipélago dos Açores. A última erupção ocorreu em Serreta no mês de Dezembro de 1999. Furnas, Água de Pau e Sete Cidades são três dos mais importantes vulcões da ilha de São Miguel. As manifestações mais frequentes são a emissão de fumarolas e nascentes de água ebuliente. São Jorge é um vulcão linear.
Na ilha Terceira destaca-se o vulcão de Santa Bárbara na parte ocidental. Embora o arquipélago da Madeira seja de origem vulcânica, o vulcanismo é considerado extinto nestas ilhas. Admite-se que as erupções se verificaram há 1,7 milhões de anos.
Na parte central da ilha da Madeira existe um maciço montanhoso onde se situam os grandes os grandes centros vulcânicos que foram fundamentais para a formação da ilha.
Em Portugal Continental existem rochas vulcânicas na Estremadura, Alentejo e Algarve o que denuncia a existência de vulcanismo ativo no passado.

Cinturas escaldantes

Cadeia Aleutana
Os vulcões expelem cinza a grande altura regularmente.
Monte de Santa Helena (E.U.A)
Fez 60 mortos quando, em 1981, entrou em erupção.
Vesúvio (Itália)
Vulcão ativo, embora adormecido desde de 4 de Abril de 1994.
Etna (Sicília)
Vulcão ativo. Entrou em erupção pela última vez a 4 de Fevereiro de 1999.
Alasca e Rússia
As cinzas emitidas pelos vulcões das cadeias montanhosas de Kamchatka afectaram os motores dos aviões que os sobrevoavam.
Kilauea (Havai)
A última vez que entrou em erupção foi a 17 de Março de 1999.
Popocatepetl (México)
A última vez que entrou em erupção, a Março de 1999, projectou cinza até cinco quilómetros de altura.
América Central
Cordilheira vulcânica de mil quilómetros (80 vulcões) que vai desde a Guatemala até ao Panamá.
Serreta (Açores)
Vulcão submarino em atividade desde Dezembro de 1998.
Capelinhos (Faial-Açores)
Esteve em erupção de 1957 a 1958. Metade dos emigrantes da ilha emigrou.
Cadeia Indonésia
Há 127 vulcões ativos. Só a ilha de Java tem 35.

Correntes de Convexão

As diferenças dos fluxos térmicos, por exemplo no fundo dos oceanos, são explicadas pelas correntes de convecção. Dá-se a transferência do calor vindo do manto, porque o material aquecido das zonas mais profundas é menos denso e sobe, enquanto que o material da superfície é mais frio e desce pois é mais denso. Os materiais estão no estado sólido, embora as altas temperaturas os façam ter um aspecto viscoso e assim ocorrem os movimentos de convecção que têm origem no manto (Astenosfera) e funcionam como a «força» que faz deslocar a litosfera.
Cada circuito regular de subida de fluido quente e descida de fluido mais frio constitui uma célula de convecção. Estas células são contínuas e contornam circuitos fechados. As zonas de ascensão e de descida são respectivamente, as dorsais ou cristas médio-oceânicas (zonas de divergência de placas) e as fossas oceânicas, nas zonas de subducção (zonas de Benioff ou de convergência de placas).
A origem das correntes de convecção no manto superior é ainda desconhecida, embora tudo indique que haja uma inter-relação entre estas correntes de convecção mais superficiais e outras que se desenvolvem ao nível do manto inferior e do próprio núcleo externo, que é líquido.
O fenômeno de convecção é muito freqüente e explica, por exemplo, a subida de gases quentes através das chaminés, a subida do fumo do tabaco ou a subida do vapor de água na atmosfera num dia quente. Em determinadas condições, as correntes de convecção podem também ocorrer em sólidos, só que serão muito mais lentas.

Vulcões como Fonte de Riqueza

Alguns dos solos mais férteis do nosso planeta existem devido à presença de materiais vulcânicos recentemente libertados (com condições atmosféricas favoráveis). A sua cultivação produziu alimentos em abundância e conseqüente desenvolvimento das civilizações que habitavam essas terras.
Os vulcões podem evidentemente causar o caos e a destruição mas, por outro lado, têm beneficiado a humanidade. Há milhares de milhões de anos a desintegração física dos vulcões, e o consequente contacto das rochas vulcânicas (cuja composição química é rica em minerais) com os solos, tornou-os mais férteis.
Nas regiões tropicais e chuvosas como o noroeste da ilha do Hawai, a formação de solo fértil e o crescimento de vegetação pode demorar apenas umas centenas de anos. Algumas das primeiras civilizações (por exemplo, a Grega, Etruscana e a Romana) instalaram-se nos ricos e férteis solos vulcânicos da região de Aegean-Mediterrâneo. Algumas das melhores culturas de arroz da Indonésia estão na periferia de vulcões ativos.
Á semelhança, muitos dos melhores solos no Western dos Estados Unidos são de origem vulcânica.
A crosta terrestre, na qual vivemos e da qual dependemos, é na sua maioria, o resultado de milhões de vulcões, antes ativos, e de enormes quantidades de lava que não emergiu á superfície e acabou por solidificar por baixo da superfície.
Muitos dos mais valiosos recursos naturais no mundo deve-se ao vulcanismo persistente e extenso.
A cinza vulcânica espalha-se sobre milhares de quilômetros quadrados de solos adicionando-lhe nutrientes e actuando como se fosse estrume, aumentando o seu nível de fertilidade.
Numa zona chuvosa, as áreas subterradas por lava recuperam rapidamente: A revegetação pode começar num espaço de tempo inferior a um ano depois da erupção. A erosão e desmoronamento dos vulcões fertilizam solos durante dezenas a milhares de anos. Esses solos ricos aumentam o desenvolvimento da agricultura que nalgumas zonas é crucial para a sobrevivência.

Energia Geotérmica

A água subterrânea aquecida pelo magma pode ser aproveitada para produzir energia - energia geotérmica.
O calor do interior da Terra associado com vulcões ativos ou recentemente inativos, mas que ainda produzem calor, vêm sendo aproveitados para produzir energia geotérmica.
O vapor de fluídos geotérmicos a alta temperatura são usados para mover turbinas e gerar eletricidade, enquanto que os fluídos a menores temperaturas são utilizados no aquecimento de água para fins de aquecimento-espacial, calor para as estufas e uso industrial. Além de serem um recurso energético, algumas águas geotermais também contém sulfúreo, ouro, prata e mercúrio que podem ser aproveitados como um acessório na produção de energia.
O parque geotermal The Geysers perto de Santa Rosa, no Norte de Califórnia produz eletricidade suficiente para fornecer São Francisco. The Geysers é a maior área geotermal do mundo.

Recursos Minerais

A maior parte dos minerais metálicos, como o cobre, o ouro, a prata, o chumbo e o zinco, estão associados com magmas encontradas perto de vulcões extintos localizados por cima das zonas de subducção.
O magma encandescente nem sempre atinge a superfície, pode arrefecer lentamente debaixo do vulcão formando uma enorme variedade de rochas cristalinas às quais chamamos rochas plutónicas ou graníticas. Alguns dos melhores exemplos de rochas graníticas, estão magnificamente expostas no California's Yosemite National Park. Normalmente os minérios depositam-se á volta dos corpos de magma presentes no vulcão.
Os metais, no princípio disseminados em percursos amontoados de magma ou á volta das rochas, concentram-se em fluídos e podem ser redepositados se encontrarem temperaturas e condições de pressão favoráveis, formando veias de minerais.
As fissuras de um vulcão ativo ao longo do extenso meio-oceano criam o ambiente ideal para a circulação de fluídos ricos em minerais e para o depósito de minério. Água á temperatura de 380º C transborda das fontes geotermais. A água foi aquecida durante a circulação por contacto com as rochas vulcânicas a alta temperatura formando uma cordilheira.
O fundo da fontes geotermais é abundante em minérios negro-coloridos (sulfitos) de ferro, cobre, zinco, níquel e outros metais chamados "black smokers". Em raras ocasiões esses depósitos de minérios são mais tarde expostos na restante crosta oceânica que foi “despedaçada” e transportada para a crosta continental durante os processos de subducção.
O Massif de Troodos na Ilha do Chipre é talvez melhor exemplo que se conhece desta crosta oceânica anciã.

Exploração turística

Todavia não há dúvida de que os vulcões podem representar um pólo de interesse turístico, acarretando, neste caso, a fixação humana.
Um caso flagrante é a cidade de Nápoles (Itália) que vive “à sombra” do Vesúvio, vulcão que já foi responsável pela destruição de Pompeia e de mais duas ou três localidades, mas cuja região se reveste de interesse turístico, de tal forma que é intensamente habitada. O Vesúvio mantém-se em repouso desde 1944 mas não está extinto, podendo, de um dia para o outro, entrar em atividade.

Produtos Industriais

Os materiais vulcânicos são usados por pessoas na construção de edifícios ou estradas, nomeadamente transformados para o efeito de abrasivos e agentes de limpeza. O material bruto é usado para fins químicos e industriais.
A pedra-pomes é um exemplo de um material pouco denso, resultante da consolidação de um magma ácido.

Conclusão

Os vulcões são a prova da existência das forças turbulentas que se agitam no interior da Terra.
Quando há erupções vulcânicas, é ejetada a rocha em fusão, chamada magma, que se forma a grandes profundidades. À superfície, o magma pode explodir no ar em fragmentos, que vão desde poeira fina e quente, até grandes pedras chamadas bombas vulcânicas, ou poderá derramar-se sob a forma de torrentes de lava.
A maior parte dos vulcões está perto do rebordo de placas. Alguns encontram-se sobre cordilheiras oceânicas, enquanto outros se situam ao longo de fossas oceânicas, quando uma placa é forçada a passar por baixo de outra. A placa descendente é fundida e o magma resultante pode elevar-se à superfície sob pressão.
Alguns vulcões, no entanto, encontram-se longe dos rebordos das placas.
O magma para estes vulcões é provavelmente provocado pelo calor radioativo no manto.
Os vulcões podem ser um bem para a humanidade se o Homem souber aproveitar as suas «riquezas».
Contudo também pode ser uma enorme catástrofe. Desse modo, o trabalho dos vulcanólogos é muito importante para que possa ser feita a previsão de uma erupção vulcânica e assim que aconteça uma catástrofe e que, além dos prejuízos materiais, muitas vidas se possam perder.
Com este trabalho de investigação pretendemos compreender melhor como os vulcões funcionam, como entram em atividade, como podem ficar adormecidos durante anos, o que deles podemos aproveitar de bom, etc. Em suma, tudo o que diz respeito aos vulcões. 

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

           

         O sertanejo já castigado pela seca passa agora por mais uma provação. Não bastassem os intermináveis períodos de estiagem, um mal muito maior vem se espalhando pelo Semi-Árido nordestino. E deixa seu rastro de destruição, transformando terras férteis em solos esturricados, onde nem a vegetação rasteira da caatinga sobrevive. A desertificação avança como uma verdadeira praga pelo Nordeste. Com efeitos mais devastadores do que a própria seca. Tira do solo a capacidade de produzir, de gerar riquezas. Um fenômeno influenciado pelo clima seco das regiões semi-áridas, mas provocado, sobretudo, pela ação desastrosa do homem no contato com a terra. 

            A grande mancha de terra morta que se espalha pelo Sertão já corresponde a 18 mil quilômetros quadrados - quase o tamanho do estado de Sergipe. Uma área dez vezes maior segue pelo mesmo caminho. O risco de o Nordeste virar um grande deserto assusta, mas, na realidade, a ameaça é ainda pior. Nas regiões desérticas as terras são férteis, com vegetação rica e grande variedade de fauna. Nas desertificadas, a desolação é total. Nem as chuvas conseguem fazer a planta brotar no solo degradado. 

            No cenário devastado, a vida miserável das populações atingidas pelo fenômeno impressiona mais do que a paisagem. Durante dez dias, uma equipe do Jornal do Commercio viajou pelos quatro núcleos de desertificação do Brasil e, em todos eles, a falta de terra boa para o plantio desenha o mesmo quadro de pobreza e sofrimento. Castigados pelo fenômeno, os moradores de Gilbués (PI), Irauçuba (CE), Cabrobó (PE) e da região do Seridó (RN/PB) já perderam a esperança de ver a terra seca voltar a germinar. Quem mais sente os efeitos da desertificação são as populações da zona rural. Sem ter a quem recorrer, os agricultores abandonam suas casas e vão procurar na cidade a sobrevivência que não conseguem mais tirar da terra. 

            Mas, se no Brasil a desertificação avança por quase todo o Nordeste, no resto do mundo a história não é muito diferente. Por ano, 60 mil quilômetros quadrados de solos férteis são perdidos por causa da ocupação desordenada do solo, dos desmatamentos e das queimadas. Um problema que atinge países ricos e pobres e que, de tão grave, forçou a criação de uma convenção internacional para combater seus efeitos. A partir de amanhã, Pernambuco se transforma no principal palco dessas discussões, com a abertura da 3ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação e Seca. 
            Realizado no Centro de Convenções, o encontro vai reunir três mil pessoas, entre ministros de Estado, diplomatas, representantes de agências de financiamento, organizações não-governamentais e especialistas. Um evento que, para o Brasil, assim como os demais países pobres afetados pela desertificação, pode representar a ajuda financeira para ações de combate ao problema que já deviam ter sido iniciadas há muito tempo.

Geografia e o surto de COVID-19

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