terça-feira, 4 de outubro de 2011

510 anos do Rio Sao Francisco



A Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco tem grande importância para o país não apenas pelo volume de água transportado, mas também, por sua contribuição histórica e econômica. O Rio São Francisco é conhecido como "rio da unidade nacional”, aproximando o sertão do litoral e integrando homens e culturas, unindo as raças, costumes, e a religiosidade da população ribeirinha e o povos e comunidades tradicionais (indígenas, quilombolas, vazanteiros, geraiseiros, entre outros). Quinhentos anos depois de seu descobrimento, o Rio São Francisco é ainda o principal recurso natural que impulsiona o desenvolvimento regional. A fonte de vida e de riqueza de suas águas possibilita o múltiplo uso do seu potencial hídrico, para abastecimento humano, agricultura irrigada, geração de energia, navegação, piscicultura, lazer e turismo.


História Descoberto em 4 de outubro de 1501, pelos viajantes Américo Vespúcio e André Gonçalves, o Rio recebeu nome de São Francisco em homenagem a São Francisco de Assis. Os índios que habitavam a região o chamavam de Opara, que significa rio-mar. A exploração do rio pelos portugueses e pelos brasileiros se fez de forma lenta. As águas do rio, através da navegação (principal meio de transporte), facilitava o fluxo de gente e de negócios. Até a década de 50, os barcos faziam grandes percursos, interrompidos apenas nos trechos onde havia quedas d´água. Até meados do século XX a região se destacava pela pecuária. Somente quando se constituíram estradas é que a agricultura se fez presente na bacia do São Francisco.

Por três séculos, a atividade econômica de peso no Vale do São Francisco foi a pecuária. As atividades agrícolas eram reduzidas. Plantava-se o alimento de subsistência e de acordo com as cheias e secas do rio: arroz, feijão, milho, batata. Com a chegada das estradas, a agricultura foi virando negócio. O latifúndio foi se apropriando das margens do rio e expulsando os ribeirinhos para as áreas de sequeiro, para dentro da caatinga. Com o tempo os antigos ribeirinhos que não resistiram e não se organizaram foram expulsos pelos novos donos. Hoje o cultivo de várzea praticamente não existe mais porque o rio São Francisco, cheio de barragens, alterou o regime das águas: ele vaza conforme os interesses energéticos do País. Os novos tempos trazem agroindústrias que criam ilusão de fartura e estabilidade de emprego. 

Quando chegam os anos 80, a poeira baixa na beira do rio. Nas Minas Gerais proliferam os grandes plantios de eucalipto e soja. O gado já não anda mais solto e nem se desloca em tropas; é gado de raça, custoso de comprar e manter, geneticamente alterado, chique, não pode andar se espinhando nesse mundo árido. Atualmente em torno do Rio são muitos os problemas sociais, ambientais e políticos.

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